Um conto Afro-brasileiro
A História de Zimbé, o Velho Fazendeiro
Zimbé, um velho, dono de uma pequena fazenda
com, apenas, um lote de plantação, produzia trigo para seu sustento e de sua
família.
Um dia, vinha passando um homem de meia idade,
em uma carroça, acompanhado por cinco crianças e sua esposa grávida de gemeos.
O homem para e dirige a palavra a Zimbé:
_ Dia! O Sinhô tem um bucadinho de comida pra
ranjá pre’eu?
Zimbé olhou para o homem e sua família e dirigiu-se
ao celeiro para arrumar a comida.
Chegando ao interior do armazém percebeu que
tinha apenas três sacos de trigo, ou seja, toda sua colheita.
A mulher de Zimbè muito “preocupada” disse-lhe
para dar apenas um saco, ou ficariam sem nada.
Neste momento, pousou um pássaro na janela do
celeiro e falou para Zimbé:
_ Dê-lhes toda alimentação, sabes o quão ruim é
tal provação.
Zimbé deu,
então, todo seu trigo ao homem, enfurecendo
a sua mulher por completo.
O homem se foi grato e a esposa de Zimbé com seu
filho o abandonaram e foram morar na fazenda vizinha que tinha três lotes de
plantação.
Dois dias depois, o mesmo homem, na carroça,
retornou, sozinho, à fazenda de Zimbé e lhe disse:
_ Dia! O Sinhô tem um bucadinho de comida pra
ranjá pre’eu?
Zimbé,
sabendo da situação do homem, foi até o celeiro para preparar a comida.
Mas ao chegar lá viu que tinha apenas o
suficiente para sua própria alimentação.
Outra vez o pássaro apareceu e disse:
_ Dê-lhe toda alimentação, sabes o quão ruim é
tal provação.
Zimbé, mais uma vez, deu tudo que tinha para o homem; que ficou muito grato e
insistiu em levar o velho para dar um passeio um sua carroça.
Depois de meia hora, o homem para e pede para
Zimbé segui-lo até um lindo palácio.
Zimbè,
confuso, foi atrás do homem sem nada entender.
Ao chegar lá o homem revelou sua real identidade
de príncipe guerreiro de uma aldeia e dá a Zimbé uma fortuna incalculável:
_Meu velho senhor, dar-te-ei tudo que tenho,
pois deste a mim tudo que tinhas. Tal atitude de humildade e solidariedade é o
tesouro mais rico que existe no mundo.
O velho Zimbé agradeceu e com a fortuna amplicou
sua fazenda e passou a ajudar a todos que passavam
pelo caminho.
Sua mulher e filho retornam e Zimbé os perdoaram
pelo ato egoísta.
E assim,
passaram a viver com fartura e caridade ao próximo.
Por Ana Beatriz Nunes Dos Santos.
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