domingo, 6 de março de 2022

Figuras de Linguagem Semânticas

 

Figuras de Linguagem Semânticas

 

Usadas como recursos estilísticos e/ou sintetizadores de uma ideia

 

- Metáfora: A metáfora é a figura de linguagem mais utilizada no cotidiano de nossas vidas.

Ela constitui-se por comparação de caráter implícito, sem apresentar o elemento comparativo “como” ou “tal qual”.

É uma relação de semelhança entre dois objetos.

 

Exemplo: Patrícia é uma rosa.

 

A metáfora que ocorre entre o substantivo próprio “Patrícia” e o substantivo comum “rosa”, automaticamente, possibilita a compreensão de que “Patrícia” tem característica, delicada.

 

- Comparação: A comparação é uma figura de linguagem para assimilação, assim como a metáfora, mas que explicita a intenção comparativa por meio de elementos: “como” e “tal qual”.

 

Exemplo:

Metáfora: Ana Flavia é um anjo.

Comparação: Ana Flavia é bondosa, como um anjo.

 

O substantivo próprio ”Ana Flavia” liga-se ao substantivo comum “anjo”, de forma implícita, traz a ideia de virtude e bondade, isso na metáfora.

Já na comparação há uma confirmação do atributo, da característica do anjo ”bondade”, ressaltando o elemento característico, de forma objetiva e clara.

 

- Analogia: É uma espécie de comparação feita por correspondência entre duas entidades distintas.

 

Exemplo: trecho retirado do livro “Memórias póstumas de Brás Cubas”

 

“(…) o que nos faz senhores da terra, é esse poder de restaurar o passado, para tocar a instabilidade das nossas impressões e a vaidade dos nossos afetos. Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma edição que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.”

 

Nessa analogia o autor afirma quer ser homem é ser como um trem que a cada estação modifica-se e evolui, aprendendo e melhorando com os erros passados, corrigindo-os.

 

- Metonímia: É uma figura de linguagem que envolve semelhanças.

Ela pode ser observada em construções, onde um, único,  nome refere-se a um todo.

 

Exemplo: Comi um prato de sopa.

 

Neste caso, dizer que “comi um prato de sopa” refere-se ao conteúdo do prato que é a sopa que foi ingerida e não, o prato, propriamente, dito.

 

Exemplo: Fernando gosta muito de José de Alencar.

 

Aqui, nesse segundo exemplo, “Fernando gosta muito de José de Alencar”, a metonímia ocorre em “Fernando gosta muito de ler os livros escritos por José de Alencar”; ou seja, dizer que “Fernando gosta de José de Alencar” é referir-se aos livros escritos pelo autor.

 

- Perífrase: Ocorre quando um nome ou termo é substituído por uma característica marcante que o torna célebre.

Relacionada a coisas e lugares.

 

Exemplo: A expressão “Século das luzes” que substitui as expressões “Século XVIII” ou “Século do Iluminismo”.

 

Aqui a perífrase difere-se da metáfora por expressões que substituem outras, retomando o sentido único e original dos termos que foram substituídos.

 

Exemplos: Velho Chico (O Rio São Francisco);

Cidade Maravilhosa (Cidade do Rio de Janeiro)

Cidade Luz (Paris)

 

- Sinestesia: Figura de linguagem que mistura os sentidos humanos (olfato, paladar, audição, visão e tato) em uma oração.

É muito utilizada como recurso estilístico para músicas e poesias.

 

Exemplo: O perfume de Maria era doce e muito suave.

 

Nesse exemplo, perfume está ligado a olfato, doce à paladar e suave à tato; os adjetivos: doce e suave estão ligados à condição do aroma do perfume.

 

- Hipérbole: Figura de exagero ou exaltação, com propósito de causar impacto, entusiasmo ou euforia.

 

Exemplos: Chorei rios de lágrimas por você!

Estou morta de sede.

Já tentei um milhão de vezes.

Ligamos quinhentas vezes para o hospital.

Estou verde de fome.

 

- Catacrese: Figura de linguagem que possibilita nomear coisas que não tem um nome próprio.

Emprestamos termos, já existentes de outros elementos para nomear algo que não tem nome.

 

Exemplo: Pé da mesa

Braço do sofá.

Maçãs do rosto.

 

Aqui há uma junção de dois substantivos simples que unidos nomeiam algo.

Pé * Mesa (Pé da mesa

 

- Eufemismo: Utilizada para amenizar uma ideia ou um fato ocorrido, através da troca de expressões fortes por outras de caráter, considerado, mais leve.

 

Exemplo: Pedro morreu para Pedro faleceu, Pedro passou desta para a melhor, Pedro bateu as botas ou Pedro virou “estrelinha”.

 

- Pleonasmo: Repetição de um termo ou palavra em uma oração com o mesmo significado, resultando em redundância.

Figura vista, gramaticalmente, como um Vício de linguagem.

É utilizada dentro da literatura para dar ênfase em algo expresso.

 

1º caso:

·        Pleonasmo Vicioso ou Redundante:

 

Exemplos: João entre para dentro de casa.

O verbo “entrar”,  já, subtende-se o termo “dentro”.

 

Sair para fora.

Carla era a principal protagonista da narrativa.

 

- Anáfora: Recurso estilístico usado para dar ênfase em um termo ou palavra, constituído de repetições que sucessivamente, aparece no início das frases ou dos versos.

 

Exemplo: Quando nós nos conhecemos éramos flores

                   Quando nós nos conhecemos éramos rios em 

                   abundância, éramos amores

                   Quando nós nos conhecemos éramos pássaros livres

                   Quando nós nos conhecemos éramos felizes

                   Hoje somos espinhos, poças, mágoas, gaiolas e cicatrizes.

 

Aqui a repetição da expressão “Quando nós nos conhecemos éramos”, ressalta a ideia de início e começo.

 

- Ambiguidade: Utilizada de forma poética e literária, a ambiguidade configura-se em duplo sentido expresso em uma oração sobre um determinado termo.

 

Exemplo: Cintia me contou que ele estava preso no meu bar.

 

Aqui gera uma confusão na compreensão do real sentido expresso:

1: Cintia me contou que alguém ficou presa no bar (trancado no espaço físico do bar);

2: Cintia me contou dentro do bar que alguém foi preso. (Detido).

 

- Antonomásia: Trata-se de um tipo de metonímia, porém que se refere a uma pessoa.

 

Exemplo: O rei do futebol no Brasil (Pelé)

O poeta dos escravos (Castro Alves)

 

- Alegoria: Tem por objetivo ampliar o significado de uma palavra ou oração, transmitindo um, ou mais, sentidos, além do literal.

 

Exemplo: “A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente…” (Dom Casmurro — Machado de Assis)

 

-Simbologia: Usa-se simbologias para indicar algo.

 

Exemplo: O corvo simboliza o sombrio, o macabro, a morte.

A pomba branca simboliza a paz, a esperança, a vida.


Por Ana Beatriz Nunes Dos Santos.

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