Figuras de Linguagem Semânticas
Usadas como recursos
estilísticos e/ou sintetizadores de uma ideia
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Metáfora: A metáfora é a figura de linguagem mais utilizada no
cotidiano de nossas vidas.
Ela constitui-se por
comparação de caráter implícito, sem apresentar o elemento comparativo “como”
ou “tal qual”.
É uma relação de semelhança entre dois objetos.
Exemplo: Patrícia é uma rosa.
A metáfora que ocorre entre o substantivo próprio “Patrícia” e o substantivo comum “rosa”, automaticamente, possibilita a compreensão de que “Patrícia” tem característica,
delicada.
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Comparação: A comparação é uma figura de linguagem para assimilação, assim como a
metáfora, mas que explicita a intenção comparativa por meio de elementos: “como” e “tal qual”.
Exemplo:
Metáfora: Ana Flavia é um anjo.
Comparação: Ana Flavia é bondosa, como um anjo.
O substantivo próprio ”Ana Flavia”
liga-se ao substantivo comum “anjo”, de
forma implícita, traz a ideia de virtude e bondade, isso na metáfora.
Já na comparação há uma confirmação do atributo, da característica do
anjo ”bondade”, ressaltando o elemento característico, de forma objetiva e
clara.
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Analogia: É uma espécie de comparação feita por correspondência
entre duas entidades distintas.
Exemplo: trecho retirado do livro “Memórias
póstumas de Brás Cubas”
“(…) o que nos faz senhores da terra, é esse poder de restaurar o
passado, para tocar a instabilidade das nossas impressões e a vaidade dos
nossos afetos. Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não; é
uma errata pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma edição que corrige a
anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá
de graça aos vermes.”
Nessa analogia o autor afirma quer ser homem é ser como um trem que a
cada estação modifica-se e evolui, aprendendo e melhorando com os erros
passados, corrigindo-os.
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Metonímia: É uma figura de linguagem que envolve semelhanças.
Ela pode ser observada em construções, onde um, único, nome refere-se a um todo.
Exemplo: Comi um prato de sopa.
Neste caso, dizer que “comi um prato de sopa” refere-se ao conteúdo do
prato que é a sopa que foi ingerida e não, o prato, propriamente, dito.
Exemplo: Fernando gosta muito de José de
Alencar.
Aqui, nesse segundo exemplo, “Fernando gosta muito de José de Alencar”, a
metonímia ocorre em “Fernando gosta muito de ler os livros escritos por José de
Alencar”; ou seja, dizer que “Fernando gosta de José de Alencar” é referir-se
aos livros escritos pelo autor.
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Perífrase: Ocorre quando um nome ou termo é substituído por uma
característica marcante que o torna célebre.
Relacionada a coisas e lugares.
Exemplo: A expressão “Século das luzes” que
substitui as expressões “Século XVIII” ou “Século do Iluminismo”.
Aqui a perífrase difere-se da metáfora por expressões que substituem
outras, retomando o sentido único e original dos termos que foram substituídos.
Exemplos: Velho Chico (O Rio São Francisco);
Cidade Maravilhosa (Cidade do Rio de Janeiro)
Cidade Luz (Paris)
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Sinestesia: Figura de linguagem que mistura os sentidos humanos (olfato, paladar,
audição, visão e tato) em uma oração.
É muito utilizada como recurso estilístico para músicas e poesias.
Exemplo: O perfume de Maria era doce e muito
suave.
Nesse exemplo, perfume está ligado a olfato, doce à paladar e suave à
tato; os adjetivos: doce e suave estão ligados à condição do aroma do perfume.
- Hipérbole: Figura de exagero ou exaltação, com
propósito de causar impacto, entusiasmo ou euforia.
Exemplos: Chorei rios de lágrimas por você!
Estou morta de sede.
Já tentei um milhão de vezes.
Ligamos quinhentas vezes para o hospital.
Estou verde de fome.
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Catacrese: Figura de
linguagem que possibilita nomear coisas que não tem um nome próprio.
Emprestamos termos, já existentes de outros elementos para nomear algo
que não tem nome.
Exemplo: Pé da mesa
Braço do sofá.
Maçãs do rosto.
Aqui há uma junção de dois substantivos simples que unidos nomeiam algo.
Pé * Mesa (Pé da mesa
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Eufemismo: Utilizada
para amenizar uma ideia ou um fato ocorrido, através da troca de expressões
fortes por outras de caráter, considerado, mais leve.
Exemplo: Pedro morreu para Pedro faleceu,
Pedro passou desta para a melhor, Pedro bateu as botas ou Pedro virou
“estrelinha”.
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Pleonasmo: Repetição de um termo ou palavra em uma oração com o
mesmo significado, resultando em redundância.
Figura vista, gramaticalmente, como um Vício de linguagem.
É utilizada dentro da literatura para dar ênfase em algo expresso.
1º caso:
·
Pleonasmo Vicioso ou Redundante:
Exemplos: João entre para dentro de casa.
O verbo “entrar”, já, subtende-se o
termo “dentro”.
Sair para fora.
Carla era a principal protagonista da narrativa.
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Anáfora: Recurso estilístico usado para dar ênfase em um termo
ou palavra, constituído de repetições que sucessivamente, aparece no início das
frases ou dos versos.
Exemplo: Quando nós nos conhecemos éramos
flores
Quando nós nos conhecemos éramos rios
em
abundância,
éramos amores
Quando nós nos
conhecemos éramos pássaros livres
Quando nós nos
conhecemos éramos felizes
Hoje somos espinhos,
poças, mágoas, gaiolas e cicatrizes.
Aqui a repetição da expressão “Quando nós nos conhecemos éramos”,
ressalta a ideia de início e começo.
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Ambiguidade: Utilizada de forma poética e literária, a ambiguidade
configura-se em duplo sentido expresso em uma oração sobre um determinado
termo.
Exemplo: Cintia me contou que ele estava preso
no meu bar.
Aqui gera uma confusão na compreensão do real sentido expresso:
1: Cintia me contou que alguém ficou presa no bar (trancado no espaço
físico do bar);
2: Cintia me contou dentro do bar que alguém foi preso. (Detido).
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Antonomásia:
Trata-se de um tipo de metonímia, porém que se refere a uma pessoa.
Exemplo: O rei do futebol no Brasil (Pelé)
O poeta dos escravos (Castro Alves)
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Alegoria: Tem por objetivo ampliar o significado de uma palavra
ou oração, transmitindo um, ou mais, sentidos, além do literal.
Exemplo: “A vida é uma ópera, é uma grande
ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos
comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em
presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos
bailados, e a orquestra é excelente…” (Dom Casmurro — Machado de Assis)
-Simbologia: Usa-se
simbologias para indicar algo.
Exemplo: O corvo simboliza o sombrio, o
macabro, a morte.
A pomba branca simboliza a paz, a esperança, a vida.
Por Ana Beatriz Nunes Dos Santos.
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