Resenha Literária do
livro A viuvinha (José de Alencar)
A Viuvinha
A obra de José de Alencar publicada em 1860, trata-se
de um romance Urbano que se passa na cidade do Rio de janeiro em meados do
século XIX.
A Viuvinha, uma clássica obra, já foi publicada e
lançada por diversas editoras e hoje encontra-se disponível, também, em domínio
público, em modelo PDF.
A obra romancista que pode variar de dezesseis a vinte
parágrafos e que não passa de pouco mais de cem páginas é um pequeno livro, que
além de contar a história de um casal muito apaixonado e todos os desafios
enfrentados por eles, abrange de maneira extraordinária todo contexto
urbano-sócio-cultural da época na cidade do Rio de Janeiro.
A narrativa traz como protagonista um moço de fortuna
avultada, Jorge que, logo após a morte de seu pai, finda o grande patrimônio da
família. Ao ver-se muito endividado, não vê outra alternativa de “escape”,
senão arquitetar seu próprio suicídio.
A trama conta que Jorge, um rapaz de família muito
rica da sociedade carioca, após o falecimento do pai, torna-se um possuidor de
grande fortuna e encontra-se financeiramente, confortável.
É Jorge, o protagonista, principal da obra, quem conta
toda sua história de vida para prima, através de uma carta.
Após o falecimento do pai, Jorge passa três anos de
sua vida realizando todos os seus desejos, dando asas a toda sua loucura e
satisfazendo todos os seus caprichos.
Seu cotidiano boêmio, marcado por festas, comidas e
bebidas caras, companhias afortunadas, charutos e o cortejo de várias mulheres,
bem como, o gasto, desenfreado, de toda a fortuna da família; sanavam suas
fantasias e enchiam seu ego de uma vã ilusão de vida perfeita.
No entanto, depois, dessa conturbada época de sua
vida, o rapaz recebe um aviso do universo.
Ao se levantar pela manhã, depois de uma noite de
insônia, Jorge recordava-se de toda sua vida desregrada que perpassava sua
mente como se fosse imagens assombrosas de fantasmas que lhe sorriam com
escárnio e ironia.
Ao abrir a janela para tomar uma brisa fresca, Jorge
ouviu o tilintar do sino da igrejinha do Glória que parecia sorrir enquanto
batia, convidando-o para ir à missa.
O lugar onde estava morando, agora, era simples. Ele
havia se fatigado de toda aquela vida de tentações e loucuras e precisa descansar
a mente e a alma.
A incomum vontade de ir à missa lhe enchia o ser e lhe
trazia um estranho sentimento de esperança e força para seguir em frente, mesmo
depois de tudo.
É, exatamente, nesta igrejinha do Glória, durante o
período da manhã que Jorge nota a presença de uma linda e encantadora menina
que aparentava suas quinze primaveras de vivacidade e florescente vida. O nome
da bela jovem é Carolina, com aspecto delicado e suave, aparência quase que
santificada, de longos cílios e cabelo castanhos com fios dourados que
adornava-se em perfeitas tranças.
Foi paixão à primeira vista. Jorge encantou-se com a
menina e com seus brilhantes olhos negros. Carolina estava acompanhada pela
mãe, D. Maria, uma senhora muito boa que cuidava com zelo de sua filha.
O sentimento do amor puro transformou o rapaz e o fez
mudar de vida.
Jorge havia largado sua vida fútil e conturbada pela
humildade e a calmaria que Carolina lhe trouxera.
Após dois meses de visitas, Jorge e Carolina
casaram-se em uma simples cerimônia com um modesto festejo.
Todavia, pouco antes do casamento, Jorge descobre que
a sua irresponsabilidade de três anos atrás havia lhe custado toda herança de
sua família e que devido a isso, ele não era merecedor do amor de Carolina.
Sendo assim, Jorge arma um plano para escapar e não
manchar a hora da moça com toda sua vida desregrada do passado.
Ao escrever uma carata à mãe da moça, Jorge planeja em
deixar todo ocorrer naturalmente até à noite de núpcias.
Logo à noite o rapaz oferta a moça uma taça de licor
que a faz adormecer e pula pela janela às quatro horas da manhã com um
propósito traçado: encontrar seu triste fim no templo do suicídio, um lugar
chamado Obras da Misericórdia, no centro do Rio de Janeiro, onde muitas pessoas
já haviam tirado sua própria vida. O local onde hoje é o Hospital de Santa
Luzia.
Ao chegar no local, Jorge encontra o corpo de um
indivíduo que está irreconhecível e assim que se prepara para ficar como o
homem que estava no chão; o Sr. Almeida, advogado e grande amigo de sua família
lhe impede e propõe que o rapaz devia acompanha-lo para os EUA e fingir-se
passar por aquele homem morto.
Jorge aceita a ideia com propósito de limpar o nome do
pai e quitar todas as suas dívidas.
Logo que amanhece todos são avisados que Jorge havia
se suicidado e que estava irreconhecível.
A moça ao receber a trágica notícia entristece e perde
a alegria de viver, passando a usar, apenas, roupas pretas e ficando conhecida
na cidade como: A Viuvinha.
Após, transcorridos cinco anos, Jorge retorna para o
Brasil muito diferente e com outro nome, agora, Carlos; um negociante
misterioso e dono de uma nova e maior fortuna.
Logo que retornou decide conquistar, novamente, sua
amada Carolina.
Ele empenha-se em agradá-la e ter novamente seu amor deixando
todas as madrugadas um envelope com uma flor no parapeito da janela de
Carolina.
Porém, apesar da moça estar apaixonada por seu
admirador secreto, acredita ser necessário manter viva a lembrança de seu
falecido marido e, por isso, tranca seu coração para qualquer outro amor.
Desconhecendo que é Jorge, o mandante das flores, em
uma noite Carolina sai a janela e vê o vulto de um homem e assim passa a vigiar
sempre quando ele aparece.
Tendo passado
tempos, a moça sai à janela e vê seu amado marido Jorge, o qual ela pensava
estar morto e surpreende-se ao vê-lo. Eles marcam um encontro à meia-noite no
jardim para conversarem. O rapaz revela sua real identidade e a moça o perdoa.
Eles se unem novamente e vivem felizes.
A obra de José de Alencar é um clássico da literatura brasileira
e uma grande representação da segunda fase do romantismo.
A trama convida ao leitor embarcar em uma fabulosa
viagem nos meados do século XIX para encantar-se e viver junto com as
personagens um amor puro e, ainda assim, apaixonante, vivenciado por Jorge e
Carolina.
A narrativa apresenta muitos elementos que constituem
a mágica da leitura e o envolvimento do leitor em uma história de caráter
ingênuo e envolvente.
O romance descreve o contexto sócio cultural da época,
bem como, os costumes e hábitos da sociedade cario0ca e várias características
que exaltam a geração Ultrarromântica.
A linguagem simples e o recurso utilizado pelo autor
do modelo “carta”, torna o receptor, parte, indireta, da narrativa e do
processo de construção de sentido da obra.
Recomendada para todas as faixas etárias, a leitura de
A Viuvinha mantém nos leitores a alegria de viver, o sentimento de esperança e
os sonhos vivos no coração.
A magia trazida por Alencar na obra, não só encanta,
como também, reacende o sentimento de amor puro e verdadeiro e da beleza de se
viver a juventude e as coisas boas da vida.
Desse modo, em síntese, a obra transborda de encantos
e fascínios para todos aqueles que gostam de viajar com a alma, durante as
leituras; produzindo sentimentos que tocam o mais profundo do coração e trazem
as melhores lembranças da vida.
Fonte da Imagem: https://www.baixelivros.com.br/media/2020/02/a-viuvinha.jpg
Link para PDF do Livro: https://lelivros.love/book/baixar-livro-a-viuvinha-jose-de-alencar-em-pdf-epub-e-mobi-ou-ler-online/
Por Ana Beatriz Nunes Dos Santos.
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