A Doce
Surra
Em
uma quente tarde do mês de maio no Pesqueiro do Pombo, uma roça bem afastada da
cidade, Joaquim brincava com Severina, ansioso pela chegada do primo Teobaldo
que viria da capital para passar uma temporada no campo. Joaquim há muito não o
via, o qual, agora; já devia ser um rapaz> Joaquim se lembrava de que
Teobaldo nunca fora fácil de lidar, era mimado, invejoso e devido à diferença
de idade, adorava incomodar as crianças, no entanto, Joaquim lhe queria bem.
Joaquim
não era o único que sentia afeição por Teobaldo apesar de tudo, mas Tia Zefa
também. Ela era uma senhora de expressão carrancuda e pele marcada pelo sol,
era gorda e usava um lenço amarelo na cabeça que combinava com o vestido,
parecia uma jaca ambulante, porém tinha um bom coração e cuidava muito bem da
roça e das crianças.
Logo
após o almoço, Teobaldo chegou à roça e já revelando que seu temperamento não
havia mudado, jogou-se no sofá e ordenou que Joaquim lhe trouxesse um refresco,
o garotinho, no entanto, não deu atenção, juntou-se à irmã Severina e à
cachorrinha Amelinha e foram brincar na velha casa da árvore que ficava no
quintal da roça.
Não
demorou muito para que o rapaz Teobaldo se irritasse e fosse atrás das crianças
para atormentá-las. Chegando embaixo da árvore pensou em voz alta: -Já que
gostam tanto de brincar; vou desamarrar a escada da casa da árvore e aí eles
não terão como descer. E assim o fez, mas não imaginou que naquela hora
Severina desceria da árvore.
A
menina apoiou o pé no ar e, de repente, estava dependurada a dois metros do
chão, desesperada ela gritava e o rapaz ria, Tia Zefa, que estava colhendo
hortaliças, ouviu a confusão e foi até à casa da árvore ver o que estava
acontecendo. Enquanto ela caminhava Teobaldo ria e disse: _ Lá vem tia Jaca
peça para lhe salvar. A mulher ouviu aquilo e voou sobre o rapaz dando-lhe
tapas.
Por
sorte, Joaquim lutou contra seu medo de altura e salvou Severina, puxando-a de
volta para dentro da casa com a ajuda da cachorrinha e ficaram observando o
rapaz apanhar: _ Solte-me sua gorda!!! E a senhora: _ Doí
nada minha surra!! É doce que nem Jaca.
E
todos riram de Teobaldo que esperneava com raiva da piada irônica da tia.
Por Ana Beatriz Nunes Dos Santos.
Gostei muito do conto! Divertido!!!!
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